terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Preparando minhas mortes. by Breno

Preparando minhas mortes.
Ligo para os companheiros, chamar para uma caminhada, a primeira de 2012. Nenhum deles pode ir. Minha cachorra me olha com o olhar comprido como se estivesse a se despedir de mim. O galo canta fora de hora. Mau sinal. parto então na jornada atento a qualquer possibilidade de a Morte me tocar com aquelas mãos frias e abraço quente.
A paranóia se junta com a mente fantasiosa. Observo, tomo cuidado. Um buraco, imagino que o próximo carro vai passar por este buraco, perder o controle e bater em mim. Uma pedra no meio do asfalto, pode passar um ônibus por cima dela e com a força do pneu ela ser arremessada na minha cabeça, me matando instantaneamente. é melhor tirá-la do meioda rua...mas e se ao ir pegar a pedra vier uma moto e me atropelar? A cabeça dói. Será o Sol ou será o primeiro sintoma de que terei um derrame? E seu eu tentar me equeilibrar nesses paralelepípedos, um caminhão passa próximo me desequilibro e caio, um carro passa por cima.
Não dá prá morrer afogado. Risco essa possibilidade da lista.Talvez de sede. Um bar próximo, muitos bêbados de fim de ano. Se rolar uma briga e um deles puxar armar e tocar fogo. uma das balas perdidas me acha. Não. Acho que vai vir um desses molecotes que gostam de jogar bola perto da avenida, a bola vai vir, ele correndo atrás, eu percebo o ônibus. Muito rápido. Corro como se tivesse a velocidade do Flash, jogo o menino prá fora de perigo o ônibus me mata. Morte Heróica. Será que mereço um nome de rua? Não acho q não. Acho que ficarei é assombrando o local da minha morte. E não é nem uma encruzilhada, é uma rotatória. Já pensou passar a eternidade sendo conhecido como "O fantasma da rotatória? patético.
Uma casa lotérica, passo em frente. Primeiro dia útil do ano. Lotada. Ali eu morreria...mas de tédio. Uma daquelas "igrejas empresas", um moleque bem trajado quer me dar um jornal deles, "não cara obrigado, mas não tenhodinheiro", ele me responde: "Mas é de graça". "Meu bom, nunca é de graça, nunca.".
Mas tô vivo.

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